Com uma adesão que promete novo recorde de participação, o 13.º Portugal de Lés-a-Lés está prestes a atingir o milhar de inscritos, em lista tão ilustre quanto heterogénea, das pequenas cinquentinhas às maiores turísticas. Fonte maior de todo este entusiasmo, o percurso gizado pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal, promete estar à altura de tamanhas expectativas.

"Portugal de Lés-a-Lés" arranca de Mogadouro
A pouco menos de um mês do final das inscrições, abertas na Federação de Motociclismo de Portugal (FMP) até do dia 13 de Maio, está praticamente completa a lista aberta a um milhar de aventureiros que, ano após ano, partem à descoberta de um Portugal diferente, profundo e desconhecido da maioria dos portugueses.

Os cerca de 1000 quilómetros do 13.º Portugal de Lés-a-Lés/Moviflor, entre Mogadouro e Lagoa, serão cumpridos de 23 a 25 de Junho, sem tocar em auto-estradas, Itinerários Principais ou Secundários, tão pouco as polémicas ex-SCUT, com final de etapa em Castelo de Vide e paragens para almoço em Sabugal e Vidigueira.

Maratona mototurística entre o Nordeste Transmontano e o Barlavento Algarvio, das serranias da terra quente às brisas dos mares do sul, com percurso já definido, repleto de motivos de interesse, desde o muito interessante prólogo no concelho de Mogadouro, até à internacionalização com passagem em terras espanholas e a travessia a vau de vários cursos de água.

Trata-se de uma travessia de Portugal à moda antiga que privilegia a raia lusitana, começando, no dia 23 de Junho, feriado do Corpo de Deus, com percurso de uma centena de quilómetros pelo ambiente rural mogadourense em redor da albufeira de Penas Róias, com passagem por muitas aldeias, dois castelos (Mogadouro e Penas Róias) e duas igrejas românicas (Algosinho e Azinhoso).

Este é o aperitivo para uma etapa que se antevê memorável, entre Mogadouro e Castelo de Vide, e que apresenta como novidades maiores a travessia (a vau, pois claro...) do rio Sabor e a fabulosa descida de Urros a Barca d’Alva.

Mas há mais, muito mais, antes e depois do almoço em Sabugal, aproveitando a frescura do rio Côa, desde as aldeias fronteiriças de Figueira de Castelo Rodrigo e Almeida, à Ponte de Sequeiros ao castelo Vila do Touro, passado por Monsanto, Penha Garcia e Termas de Monfortinho.

Ponto alto desta primeira etapa será a entrada em Espanha pela espectacular ponte romana de Alcantâra, com visita ao centro histórico do município da província de Cáceres. A terminar o dia, a entrada em Castelo de Vide pela «estrada do Prado», com chegada ao palanque montado junto à Câmara Municipal, em pleno centro histórico viticastrense.

Tempo para descansar antes de uma etapa, a segunda, que começa com subida à Sr.ª da Penha, forma de ganhar apetite para o pequeno-almoço em Póvoa e Meadas, onde a caravana do 13.º Portugal de Lés-a-Lés/Moviflor será testemunha da cerimónia de descerramento da placa comemorativa dos 500 anos de foral da vila.

Momento histórico num dia em que a travessia a vau da Ribeira da Seda, numa herdade particular, ajudará a refrescar num Alentejo previsivelmente quente. Mas que conta com outros atractivos como a passagem de uma ponte, em plena albufeira do Maranhão, que é réplica à escala da lisboeta «25 de Abril», ou visita às ruínas de S. Cucufate, entremeadas pelo almoço na Vidigueira. Um dia que, sublinhe-se, conta com inovadora travessia do Alentejo, na diagonal, rumo às serranias do concelho de Silves, para terminar nas praias de Lagoa, com as últimas fotos no Ferragudo e Carvoeiro.

Ponto final de um trajecto muito pavimentado, apenas entrecortado por alguns curtos troços de terra batida, que incentiva ao turismo pausado, pedagógico e ao saudável convívio, num passeio cujas características ímpares conseguem aliar turismo e aventura a um ritmo agradavelmente sereno. E que somam a descoberta histórica e paisagística, aos valores tradicionais da gastronomia local, em caleidoscópio sensorial que tornam cada Lés-a-Lés experiência verdadeiramente irrepetível.

Enviar um comentário