A Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua vai ficar sediada em Mirandela. Esta nova estrutura promete ser uma agência de desenvolvimento local e foi desde logo constituída com um pacote financeiro de 55 milhões de euros.

Vale do Rio Tua
A Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua é uma das contrapartidas prometidas pela construção da barragem, sendo constituída com 49 por cento do capital social da EDP e os restantes 51 por cento com capitais das autarquias de Mirandela, Vila Flor, Alijó, Carrazeda de Ansiães e Murça.

No futuro a EDP garantirá cerca 900 mil euros por ano, durante 70 anos, o equivalente a três por cento da facturação líquida da produção de energia produzida pelo futuro aproveitamento hidroeléctrico.

No seguimento deste projecto, e uma vez que a albufeira vai submergir 16 quilómetros da linha de caminho-de-ferro, surgirá um novo plano de mobilidade onde vão ser investidos 35 milhões de euros.

Este plano de mobilidade implica um pequeno troço de via férrea da estação do Tua ao paredão, um funicular, dois barcos para levarem os passageiros até à Brunheda e comboio até Mirandela. O montante destina-se ainda a consolidar o que restar da linha e à aquisição de novas carruagens, segundo afirmou o autarca de Mirandela, José Silvano, à agência Lusa.

“O dinheiro estará garantido por financiamento comunitário, enquanto que a EDP assumirá a componente nacional até 10 milhões de euros. A exploração ficará a cargo da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, que poderá vir a concessioná-la a privados, se houver interessados. A agência vai ainda gerir um fundo de desenvolvimento regional de 20 milhões de euros que corresponde, à antecipação por parte da EDP de dez anos de rendas aos municípios, destinando-se esta verba, a projectos indutores do desenvolvimento regional e à criação de uma área protegida em torno da albufeira, ficando a EDP com parte deste montante para promover a criação de auto emprego na zona”, disse José Silvano, citado pela Lusa.

A decisão de colocar a sede da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua em Mirandela está a gerar alguma polémica. José Luis Correia, presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães classificou esta decisão de “uma injustiça”.

O autarca de Carrazeda entende que “o local natural para a sede do organismo seria Foz Tua, porque fica a 1.900 metros da barragem, por isso considero uma injustiça a sede ser em Mirandela. Mirandela já começa a ganhar com a construção da barragem e foi a única que foi sempre contra a construção da barragem. Espero que a decisão não seja definitiva”.

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