António Ferreira da Costa, administrador da EDP, propôs no passado Domingo, em Alfândega da Fé, a criação de uma das maiores áreas protegidas do país em torno das barragens do Sabor e do Tua.

Esta ideia parece não agradar a alguns autarcas locais “pelo papel que o ICNB possa vir a assumir no projeto”, noticiou a agência Lusa.

Os socialistas Berta Nunes e Aires Ferreira, receiam pelo papel que o Instituto de Conservação da Natureza possa assumir até porque a Declaração de Impacte Ambiental da barragem de Foz Tua entrega a gestão do fundo deste empreendimento àquele organismo.

A criação deste fundo financeiro foi uma medida inédita da barragem do Baixo Sabor adiada durante mais de uma década por oposição ambiental, nomeadamente do ICNB que deu parecer desfavorável ao projeto.

“Agora toda a gente quer gerir aquilo”, disse o autarca de Torre de Moncorvo, considerando que “passou a haver uma apetência por esse dinheiro, nomeadamente do organismo que considerou a barragem um crime ambiental”.

A presidente de Alfândega Ada Fé admite a criação do parque Sabor/Tua, se a gestão for partilhada pelos municípios e sem primazia do ICNB, enquanto o autarca de Torre de Moncorvo entende que “não há nenhumas condições para haver um parque desse género”.

“O Sabor não tem nada a ver com o Tua”, considerou.

O modelo que o administrador da EDP defendeu para a gestão foi uma associação de desenvolvimento regional que ao longo dos 75 anos da concessão do Sabor e 65 anos do Tua congregue os compromissos de ambos os empreendimentos”.

A surgir, esse projecto de parques naturais seria dos maiores do país, tendo a possibilidade de ser auto-sustentável devido à verba anual disponível que se cifra entre 800 mil a um milhão de euros.

Este valor é a soma dos fundos financeiros ambientais garantidos para as zonas envolventes dos dois empreendimentos correspondentes a três por cento da receita líquida anual de produção de energia de cada barragem.

No mesmo dia a EDP também anunciou já ter entregue ao ministério das Finanças uma proposta para passar a distribuir a derrama pelos municípios onde se encontram as barragens, em vez de pagar a totalidade do imposto na sede social, em Lisboa.

Segundo António Ferreira a EDP já "entregou às Finanças um estudo" para que o valor total que a elétrica paga de derrama seja redistribuído tendo em atenção a origem dessas verbas, ou seja pelos municípios de todas as barragens concessionadas à empresa.

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